A Rússia determinou a expulsão de vários diplomatas americanos em represália a um movimento dos Estados Unidos de retirar funcionários russos da missão permanente da Organização das Nações Unidas (ONU).
A informação foi confirmada pelo Kremlin e divulgada pela agência de notícias russa Interfax na tarde desta quarta-feira (23/3).
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia entregou a um alto representante da diplomacia americana em Moscou uma lista com o nome de diplomatas considerados “persona non grata” e informou que eles precisarão deixar o país. A quantidade e os nomes não foram detalhados.
“A parte americana foi avisada, de maneira firme, que qualquer ação hostil dos Estados Unidos contra a Rússia receberão uma resposta decisiva e adequada”, informou o Kremlin.
No começo do mês, Estados Unidos pediram a 12 diplomatas russos da ONU que deixassem o país devido ao seu suposto envolvimento em “atividades que não estavam de acordo com suas responsabilidades e obrigações como diplomatas.”
Para os norte-americanos, os russos estavam atuando como “agentes de inteligência, que abusaram de seus privilégios de residência nos Estados Unidos ao se envolverem em atividades de espionagem adversas à nossa segurança nacional”.
No mundo diplomático, a medida foi considerada uma grave sanção contra a Rússia. A punição ocorreu após a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Polônia
A Polônia decidiu expulsar de seu território diplomatas suspeitos de serem agentes do Serviço de Inteligência da Rússia.
Segundo o porta-voz polonês Stanislaw Zaryn, alguns estariam trabalhando para os serviços secretos sob a cobertura e o pretexto de um trabalho diplomático.
A represália ocorre às vésperas do conflito no Leste Europeu completar um mês, nesta quinta-feira (23/3).
Desde a invasão russa, tropas bombardearam áreas estratégicas e desencadearam crises político-diplomática e humanitária. O ataque aumentou a instabilidade econômica e geopolítica mundial.
Tensão
O Conselho de Segurança da ONU discute a segurança de civis, jornalistas e profissionais de emergência (médicos, enfermeiros e bombeiros) na Ucrânia. Os embaixadores discutem possíveis resoluções contra a Rússia por supostos ataques e agressões contra esses grupos.
Às vésperas de completar um mês, a guerra segue escalada de tensão. Rússia e Ucrânia ainda não chegaram a um acordo para cessar-fogo.
Moscou disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sofrerá “consequências terríveis” caso envie missão de paz à zona do conflito. A Ucrânia voltou a pedir mais armas.
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